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Instrução Maçónica | Artigo

INSTRUÇÃO PARA TODOS OS MEMBROS DE UMA AUGUSTA ORDEM, por Armando Silva


Embora  seja  distribuído  um  Catecismo  aos Aprendizes, o qual contempla todas as instruções que serão dadas de seguida, é útil abordar alguns aspectos com particular atenção.

Conta a lenda maçónica que Salomão, querendo erguer um Templo ao Deus Uno e Eterno, pediu ajuda a Hiram, Rei de Tiro, que, juntamente com os mais preciosos materiais de construção e decoração, lhe terá enviado um dos mais sábios Arquitectos do seu tempo, Hiram Abbif.
Grande Loja Nacional Portuguesa
Instrução Maçónica | Artigo

Os trabalhos foram efectuados sob a sua direcção e Hiram Abbif teria dividido os seus obreiros em três classes distintas, segundo o seu mérito e saber, de acordo com o seu domínio da Arte. Cada classe trabalhava em locais diferentes e tinha tarefas diferentes a desempenhar, recebendo o seu salário de acordo com a classe em que se encontrava. Como os obreiros eram muitos e Hiram não os conhecia de cor, deu a cada classe toques, marchas e palavras diferentes para que, quando fossem receber o seu salário no final do dia, pudessem provar a que classe pertenciam. Desta forma, os Aprendizes receberam, também eles, esses segredos, que não podiam transmitir a ninguém que não fosse obreiro naquele Templo.

Embora a lenda maçónica não tenha origem numa Tradição escrita, mas sim numa milenar Tradição Oral (perpetuada pelos próprios pedreiros de ofício), podemos encontrar no Antigo Testamento referências à construção do Templo, ao Rei Hiram de Tyr, a Salomão, bem como a razão que levou à própria construção. Devem ser consultados os livros 1Reis, 2Reis e 2Crónicas.

Pois bem, os Aprendizes têm, então, um toque, uma palavra, uma marcha e um sinal próprios, para se reconhecerem nessa qualidade. Mas como é sabido, está vedada a publicação tanto da palavra como do toque e do sinal. Por esse motivo, para não profanar aquilo que é Sagrado, recordamos apenas que a palavra se inicia pela letra B que não pode ser dita (deve ser soletrada em alternância por quem a pede e quem a dá), que o nome sagrado do Aprendiz começa por Ph, que o toque se faz no mesmo ritmo da bateria em L\. de Aprendiz (00-0) e que o significado mais profundo do sinal nos recorda a separação entre os instintos inferiores e a razão, que deve presidir aos trabalhos, ao nível do Chakra (isto para aqueles que estudam a filosofia do Oriente) da garganta.

     Quanto à marcha, embora esta não deva ser transmitida a profanos, podemos publicar um esquema que a identifique, aproveitando para explicar como deve um Aprendiz entrar na L\ de forma ritual (o que se costuma verificar quando se dá entrada no Templo depois de começados os trabalhos). Deve ser tomada particular atenção a esta instrução, pois a maneira de entrar em L.'. aberta no grau de Aprendiz é a mesma, tanto para Aprendizes, como para os Companheiros, como para os Mestres. Ou seja, a entrada ritual (com o grande significado esotérico) irá acompanhar o Maçon durante toda a sua vida na Ordem. O Maçon coloca-se entre as duas colunas no Templo e, pondo os pés em esquadria (tendo o pé esquerdo para a frente), coloca-se na posição de “estar à ordem” (ou seja, fazendo o sinal do grau de Aprendiz). De seguida executa os passos tal como lhe foram indicados.

Feito isto, desfaz o sinal, sendo esta a forma de saudar o V\ M\ que se encontra sentado no Oriente.

Certas Lojas têm o costume de saudar da mesma forma os dois Vig. , mas a maneira de o fazer deverá ser ensinada, caso venha a haver necessidade disso, pelo 2º Vig.\ da L\ de origem do Aprendiz, pois a posição dos dois Vigg\ varia de Rito para Rito e, como já vimos, praticam-se diversos Ritos nas Lojas e Obediências regulares e para as lojas regulares e tradicionais.

Outro  aspecto  que  deve  ser  tomado  em consideração pelo Maçon, seja ou não Aprendiz, é o vestuário com que se deve apresentar aos trabalhos.

Assim como a L\ deverá estar coberta da indiscrição dos profanos, também o Corpo (como um Templo vivo do Espírito) deverá ser coberto de maneira especial (e particularmente simbólica), cobertura essa que é feita pelo vestuário, fora da L.'., e pelo avental próprio de cada grau, no seu interior.

O vestuário mais comum nas LL\ regulares e para as lojas regulares e tradicionais é o fato escuro e camisa branca, o qual tem um simbolismo próprio. A camisa, coberta pelo fato, representa o Corpo Glorioso, o Corpo de Luz que o Maçon procura alcançar, preso, ou melhor, encerrado sob uma pesada capa de matéria escura, que representa o mundo da matéria física.

Estamos perante o símbolo do Homem Caído, do Adão expulso do Paraíso. Mas quando esse Homem Caído e envolvido em trevas se reveste com um avental (cobrindo as partes do corpo correspondentes aos instintos e às paixões mais baixas), está, através desse gesto simbólico, a reconhecer a sua condição de “nudez” e de queda, dando o primeiro passo seguro em direcção à reintegração na Fonte Primeira de onde proveio.

Apenas a título de referência, recordemos e meditemos acerca da seguinte passagem bíblica, que nos fala de Adão e Eva: "Abriram-se então os olhos de ambos e perceberam que estavam nus. Por isso coseram folhas de figueira e fizeram para si aventais (Gén. 3:7).

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Os artigos de opinião publicados representam a opinião dos seus autores e estudiosos da Arte Real, a quem agradecemos a confiança e a partilha da informação.


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