Pela sua importância e relevância e pelo sentido de oportunidade, partilhamos o artigo de opinião denominado por «OS DOIS ANDRÉS».
OS DOIS ANDRÉS
« André Silva, líder do Partido das Pessoas, Animais e Natureza, em entrevista ao jornal "i" afirmou, visando claramente os mações, que " quem pertence a uma organização secreta e não o pode dizer não tem condições para exercer um cargo político". André Silva faz assim coro com todos os que se esforçam por apresentar a Maçonaria como "organização secreta".
Já aqui declarei, mais do que uma vez, que a Maçonaria não é uma "organização secreta" e muito menos uma " associação secreta". Tem endereço e número de porta ; a comunicação social sabe perfeitamente quem é o seu Grão-Mestre ; os seus objectivos fundamentais são conhecidos e nada têm de malévolo ou de capcioso ; alguns mações, como quem aqui escreve, não omite a sua condição de pertencer a tal associação. Assim sendo, só por instinto de perseguição associado a uma notória má-fé , se pode dizer o que foi dito por André Silva.
O mito de ser a Maçonaria uma "associação" ou uma "organização secreta" resulta apenas do facto de existirem bastantes "associados" que preferem calar esta pertença. Percebo-os e justifico-os sem a menor sombra de reserva. É que a Maçonaria foi , durante dezenas e dezenas de anos, apresentada como torpe, pérfida e de tenebrosos desígnios. Por quem ? Pelos que odeiam e perseguem os mais nobres ideais humanos, como o são os da Liberdade, Igualdade de Oportunidades e Fraternidade. Este programa transparente e claríssmo, este escopo indicativo da mais elevada intenção de valorização humana, este desígnio de fazer evoluir as sociedades para patamares superiores de realização e de eticidade concitou , desde sempre, a cólera incontida dos tiranos, dos torcionários e dos ditadores espirituais. Nomes como os de Pina Manique, Beresford ou Oliveira Salazar, em Portugal, como o de Francisco Franco em Espanha, como o de Adolfo Hitler na Alemanha ou como o de José Estaline , na antiga União Soviética, abominaram, diabolizaram e perseguiram objectivamente a Maçonaria. Essa diabolização foi tal que sobre ela se derramaram as lendas mais repulsivas: a de que se praticava no sei interior o infanticídio ; a de que os seus elementos bebiam sangue humano ; a de que existia uma espécie de pacto interno tendente ao assassinato dos inimigos da organização, a de que os seus associados eram ladrões e malfeitores.
Estas nojosas imputações, que constituem patranhas inconcebíveis, não deixaram de produzir a sua corrosão, no interior das sociedades organizadas. O maçon carregava uma tal carga de maldição objectiva, um tal lastro de má-vontade sociológica, um efeito de distorção tamanho, que só em circunstâncias excepcionais poderia declarar que o era sem sofrer na pele a fúria ignara do preconceito, oriundo desta lenda negra.
A verdade é que este estado de espírito , embora grandemente atenuado, não foi definitivamente varrido de Portugal e do mundo.
Há, portanto, que corrigir André Silva, chefe político do PAN. Não é verdade que o membro da Maçonaria "não possa dizer" que o é. A associação maçónica não impõe tal coisa a ninguém. Mas é verdade que uma parte dos associados maçónicos prefere não o declarar, com inteira razão e plausibilidade, devido ao efeito perverso que tais mentiras poderiam produzir no seu bom nome, na sua carreira profissional e na própria boa reputação dos seus familiares. Numa palavra : este instinto defensivo , mais do que compreensível e legítimo, é o segredo de Polichinelo da Maçonaria Portuguesa.
Mas existe mais uma particularidade que não deve ser omitida. Como ficou dito, os ideais maçónicos irritam sobremaneira os poderes totalitários e os seus mentores. A Liberdade política não é um Bem irreversivelmente conquistado. Todos os dias corre riscos. Por isso, há toda a vantagem em que uma parte dos elementos da associação maçónica permaneçam na sombra discreta a que se remeteram. Se a Liberdade, por imposição histórica catastrófica - mas sempre possível - estiver em risco, serão estes os depositários do Ideal maçónico, sendo eles que o deverão prosseguir , agora sim, em total clandestinidade.
Que isto possa irritar um André Ventura, acho não apenas lógico mas até infalível como um axioma. Não sabia que tal também irritava este outro André, Silva de apelido. Mas fiquei a saber, o que não deixa de ser uma vantagem para a minha perfeita consciência da actual realidade política portuguesa.»
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