DA OPERATIVIDADE À
ESPECULATIVIDADE
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Símbolos Maçónicos |
A génese de lojas maçónicas
originalmente portuguesas (surgidas a partir da presença de militares alemães
maçons na década de 1760, por ocasião das Guerras da Independência), não
reconhecidas de inicio no plano administrativo pela Maçonaria britânica, o
desejo obstinado e persistente de independência institucional com aceitação
universal e um significativo incremento demográfico dos obreiros nacionais
conduziram inevitavelmente à criação da primeira Obediência maçónica nativa
em 1802, o Grande Oriente Português.
Eis um quadro-cronológico que
pode explicar melhor o desenvolvimento da maçonaria portuguesa:
1802
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Grande Oriente Português
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1804
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Criação da Grande Loja de Portugal
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1823
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Criação do Grande Oriente Lusitano (não confundir com
o Grande Oriente Lusitano Unido que só é criado em 1869) e do Grande
Oriente Misto - “Direito Humano”.
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1840
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Grande Oriente do Rito Escocês.
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1841
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Supremo Conselho do R.´.E.´.A.´. A.´. de Portugal.
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1849
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Grande Oriente de Portugal.
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1867 1882
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Grande Oriente Português (1867) e Grande Loja dos Antigos Maçons, de 1882, recriada em 1996.
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1869
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Grande Oriente Lusitano Unido. O Grande Oriente
Lusitano é proibido em 1935 e só retoma funções em 1974.
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1935
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Proibição da Maçonaria em Portugal pela ditadura do
Dr. Oliveira Salazar, na sequência do que fizeram as ditaduras italianas e
alemã, espanhola, para além das ditaduras comunistas.
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1974
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Recriação do Grande Oriente Lusitano, com a queda da
ditadura.
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1984
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Várias Lojas do Grande Oriente Lusitano iniciam uma
aproximação à maçonaria anglo-saxónica.
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1986
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Destes movimentos cria-se a Grande Loja de Portugal.
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1991
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Criação da Grande Loja Regular de Portugal que é
reconhecida pela filosofia anglo-saxónica. Razões e justificações diversas,
levam várias Lojas desta Obediência, à constituição de duas novas
Obediências (GLLP/GLRP (maçonaria regular anglo-saxónica) e GLNP (maçonaria
regular e tradicional).
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1996
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Criação da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, reconhecida pelos anglo-saxónicos. Recriação da Grande Loja dos Antigos Maçons, que, mais tarde, em 2000, criaram a Grande Loja Nacional Portuguesa.
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1997
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A Grande Loja Feminina de França cria a Grande Loja
Feminina de Portugal.
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2000
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Criação da Grande Loja Nacional Portuguesa, regular e tradicional, com uma forte corrente de fraternidade europeia
que a inspira.
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2000
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Criação da Confederação das Grandes Lojas Unidas da
Europa. Formação corporativa continental que se desenvolveu com a Grande
Loja de França, com a Grande Loja Tradicional e Simbólica (Opera), com a
Grande Loja Nacional da Jugoslávia (Sérvia e Montenegro), com a Grande Loja
Nacional Portuguesa, com a Grande Loja da Grécia, com a Grande Loja das
Canárias, de entre outras.
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2004
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Criação do Supremo Conselho de Portugal do Rito
Escocês Antigo e Aceite, pelo Supremo Conselho de França (1804), que
somente reconhece os membros da GLNP, para adesão à sua Potência litúrgica.
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2004
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Criação da Grande Loja Tradicional de Portugal
(maçonaria mista) por cisão da GLLP/GLRP. Em 2009 foi criada a Grande Loja Unida de Portugal, com maçons da Grande Loja Nacional Portuguesa. Esta decisão foi pacífica e assumida em Assembleia Geral e para fortalecerem os ritos praticados. Tendo a Grande Loja Nacional Portuguesa | Grande Loja dos Antigos Maçons assumido o Rito Escocês Antigo e Aceite e a Grande Loja Unida de Portugal assumido os Ritos Francês, Escocês Retificado e, finalmente, o rito Escocês da Escócia. A Grande Loja Unida de Portugal (2009) foi criada e consagrada pelo Grande Priorado das Gálias.
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Grande Loja Regular de Portugal |
Notas adicionais: Já no fim do século XX, após
longas negociações, os membros da Grande Loja de Portugal (entretanto
registada em cartório notarial em 23 de Abril de 1985, sob a personalidade
jurídica da associação cultural Centro de Estudos Humanisticos) obtém a
admissão no seio da Grande Loja Nacional Francesa, constituindo lojas em
Portugal, posteriormente agrupadas numa Grande Loja do Distrito de Portugal,
que, em 29 de Junho de 1991 adquire a independência maçónica como Grande Loja
Regular de Portugal, sendo subsequentemente reconhecida como instituição
soberana pelas Obediências anglo-saxónicas.
Em 1996 surge uma grave cisão
no seio da Grande Loja Regular de Portugal, que obrigou à manutenção de duas
Grandes Lojas, levando uma delas a efectuar a alteração da sua designação
jurídico-associativa, com a junção da expressão distinta Grande Loja Legal de
Portugal.
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Grande Loja Legal de Portugal |GLRP |
Esta última foi reconhecida internacionalmente pela Maçonaria anglo-saxónica. A
outra que tinha sido previamente consagrada continuou em desenvolvimento, mas
com grandes dificuldades.
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Grande Loja Nacional Portuguesa |
Ainda em 1996 um conjunto de Lojas e Obreiros da Grande Loja Regular de Portugal, a única Grande Loja consagrada resolveram manter-se equidistantes dos conflitos entre Irmãos, «recriando a Grande Loja dos Antigos Maçons», na esperança que a dita paz maçónica regressasse rapidamente, o que não ocorreu.
As diversas dificuldades de
organização, de crescimento e de desenvolvimento estratégico da Maçonaria Regular levou a que um
conjunto de Lojas e de maçons viessem a criar no ano 2000, a Grande Loja
Nacional Portuguesa, que conta com 20 Lojas espalhadas pelo
território nacional e duas de cariz internacional. Às 20 Lojas somam-se as
Lojas Casa Real do Pedreiros Livres da Lusitânia, com o número 12, que
funcionou em Sintra. Posteriormente esta Loja mudou o seu Oriente para Porto Alegre, Brasil e a Iberia Fraternitas, com o número 14: uma
Loja internacional que reúne maçons do Rito Escocês Antigo e Aceite e que
aprofundam o estudo do rito, constituída por maçons espanhóis, franceses e
portugueses.
A «Grande Loja Nacional
Portuguesa | Grande Loja dos Antigos Maçons» foi entretanto registada em Cartório Notarial em 09 de Março de
2000, sob a personalidade jurídica de Grande Loja Nacional Portuguesa.
Atribuíram-lhe o seguinte número oficial: 504 686 755.
Subsequentemente é
reconhecida como uma Instituição Soberana e Independente por todas as
Obediências regulares e tradicionais na Europa e no Mundo. A
Grande Loja Nacional Portuguesa efectuou Tratados de Amizade
e de Reconhecimento Mútuo com 90 por cento das Obediências regulares ou
tradicionais mundiais.
O seu Palácio Maçónico está sediado no Palácio dos Condes de Vinhais em Mirandela, lindíssimo edifício do
século XVIII.
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Presidente da Co.GLUE |
Ainda no ano 2000 foi criada
a Co.GLUE - Confederação das Grandes Lojas Unidas da Europa. De regularidade
reconhecida e de tradição maçónica, sendo representativa da maçonaria regular ou tradicional,
aceitou no seu seio a Grande Loja da França, a Grande Loja Tradicional e
Simbólica - OPERA e a Grande Loja da Jugoslávia que a formaram.
Aderiram pouco
tempo depois a Grande Loja da Grécia, a Grande Loja das Canárias, a Grande
Loja Nacional Portuguesa e muitas outras Grandes Lojas europeias e de países
limítrofes.
Já em 2004 foi efectuada a
criação e consagração do Supremo Conselho de Portugal do Rito Escocês Antigo
e Aceite, e que somente reconhece os membros da Grande Loja Nacional
Portuguesa como regulares e tradicionais. Esta Potência foi consagrada e reconhecida pelo primeiro Supremo
Conselho da Europa, criado em 1804, denominado por Supremo Conselho da França.
Deve-se ainda referir que participou nesta consagração realizada na Quinta
da Regaleira, o Supremo Conselho da Espanha.
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Constituição da Grande Loja Unida de Portugal |
Ainda em 2004 foi criada a
Grande Loja Tradicional de Portugal (maçonaria mista), uma cisão da
GLLP/GLRP.
Em 2009 foi criada a Grande Loja Unida de Portugal pelo Grande Priorado das Gálias, com maçons regulares e tradicionais provenientes da Grande Loja Nacional Portuguesa.
(texto escrito em 2010 | Desconhecemos o autor do texto)
Conclusão
Chegando ao termo deste
sucinto périplo histórico da evolução institucional da Maçonaria portuguesa,
constata-se a profunda superficialidade e o escasso desenvolvimento da
informação transmitida.
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