ESTA NECESSÁRIA ANIMALIDADE
José Mantero foi cura em Valverde del Camino, diocese de Huelva.
TEXTO:
′′ Releia não faz muito ′′ O que acredito ", parte da obra do grande Bertrand Russell que na Espanha apareceu recolhida no livro ′′ Por que não sou cristão ", dado à estampa por Edhasa em 1977 (o tempo passa, coração), e mais tarde negativamente emulada pelo básico José Antonio Marina no seu ′′ Por que sou cristão ". Nada a ver. São dois mundos a infinita distância intelectual.
Ora, recolhe o imenso Russell, na rubrica ′′ Regras Morais ′′ do trabalho acima, algumas ideias muito interessantes:
As regras morais não devem tornar impossível a dita instintiva (...). Mas quando as regras são tais que só podem ser obedecidas diminuindo grandemente a alegria da comunidade, e quando é melhor que sejam infringidas do que observadas, é inquestionável que chegou o momento de mudá-las
A dita instintiva... Somos chamados a ser ditosos, a desfrutar.
Se dermos ouvidos ao Russell (vai muito nisso), não devemos depreciar a dita que ele adjetiva como instintiva; isto é, aquela ′′ que é obra, efeito ou resultado do instinto, e não do julgamento ou da reflexão ".
Está a dar-se nos últimos tempos uma regressão intelectiva e moral alarmante para o desprezo dos instintos, daquela animalidade necessária que nos reconcilia com o nosso eu, devolvendo-nos a sua verdadeira imagem recomposta, não decomposta por absurdas moralinas que só aumentam o fluxo hipócrita da hipocrita. Vida dupla. Mesmo nos ambientes gays mais desinibidos, um certo ′′ apostolado ′′ invisível (extensão de religiosas e beatas garras) se deixa sentir por todo o lado, exigindo a identificação do sexo com o amor.
Por quê?
É preciso estar apaixonado para desfrutar da alegria instintiva do folheque?
Não, de jeito nenhum. Além disso, é saníssimo para o corpo e mente fornicar muitíssimo, cada dia muitas vezes (ai), até a extensão, sem mais aqui nem além. O amor é outra coisa, que inclui sexo, mas não o supõe nem o cerca, aprisioná-lo ou celerá-lo. Sexo é isso, sexo, puro, delicioso, libertador instinto que todos, naturalmente, somos chamados (pela nossa natureza) a praticar.
Diga o que disserem quem inventa essas leis que pretendem escravizar nossa mente nos agarrando pelos baixos (Wilde expressou finamente), não devemos consentir suas constrições, seus sofismas apenas em aparência morais ou inteligentes. Particular atenção e vigilância devemos manter aqueles que querem parar a supremacia moral a partir das diferentes religiões, sempre em detrimento da nossa liberdade, da nossa autonomia pessoal e da nossa alegria. Deles diz Russell que falham em dois aspectos como mestres de moral: condenam atos que não causam danos e perdoam outros que machucam muito. Assim - continua -, só podem causar danos como guardiões da moral dos jovens. Que são, infelizmente, o seu principal campo de ação ou... Coto de caça.
Portanto, desrespeitamos suas regras, essas falsas promessas de felicidade, bem-aventurança, desfrutes em um além do que eles mesmos abominam porque o seu mais aqui é incrivelmente confortável e prazeroso.
Olhe para o leitor, senão, nos danos que as religiões nos causaram e nos continuam a causar às pessoas gays. Danos que persistem em perpetuar de mil maneiras, sempre em conivência com uma classe política de corte totalitário, seus acólitos ou braço secular. Como na Espanha o nacionalista PP.
As religiões concluem Bertrand Russell, interessam-se pelo fenómeno que elas próprias provocam: a dupla moral, a hipocrisia, que é um lisonjeador tributo ao seu poder.
Liberte-se. Você tem o direito de ser feliz. Só você é fonte de moral. Só você é o seu Deus."
Texto publicado en 8 junho, 2018 pelo N Saudoso J.M. em “evangeliosanmantero.wordpress.com.”
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