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Grande Loja Antigos Livres Aceites Maçons Portugal - Grande Loja Nacional Portuguesa | A História

Grande Loja Nacional Portuguesa | A História contada em breves palavras


Autor: José Francisco Alves, 2009

AS DIVISÕES MAÇÓNICAS AO LONGO DOS SÉCULOS

Um pouco por toda a Europa, ao longo dos séculos XVII e XVIII, a relação entre a nobreza e a maçonaria sofreu uma evolução geralmente coincidente e na aparência contraditórias. Se, por um lado, se declinam as forças maçónicas directamente organizadas e coordenadas por nobres, noutros locais diminuem ou desaparecem os maçons operativos, tal como se vai quebrando a relação da nobreza com o exército senhorial. Quebra-se a construção de mosteiros e igrejas, tal como se quebram o monopólio das funções militares.

O problema da escassa formação maçónica específica dos comandos e maçons constituídos sempre persistiu na Europa.

De forma sumária essa recomposição ficará aqui espelhada:

Estamos em 1821. Nesta data existia em Lisboa, o Grande Oriente Lisbonense que teve como Grão-Mestre o Conde Cunha. Nesta época, existiu ainda um Grande Oriente do Porto. No entanto, a Constituição de 1821 foi abolida, após o triunfo do Liberalismo.

A revolução de Setembro de 1836 desorganiza a Maçonaria. Todas as Obediências maçónicas existentes sofrem roturas e ficam acéfalas. As lojas abatem colunas. Não há continuidade maçónica.
Só a partir de 1838 se promove a reorganização maçónica.

Em 1890-1891 há uma corrente radical que resulta na derrota do Partido Republicano Português.

Fuschini em 1892 informa de que o Partido está reduzido a “grupos regionais” e a “núcleos independentes”, envolvendo-se em combates uns com os outros. A imprensa republicana não tinha unidade. O Século passou a dar voz a José Dias Ferreira ( I Grão-Mestre da Grande Loja Antigos Livres Aceites Maçons Portugal (1882)) e outros jornalistas republicanos atacam-no.

Em Agosto de 1891, no seu livro que aborda o 31 de Janeiro, Homem Cristo, classificava o Partido Republicano como um saco de “lorpas”, alucinados e especuladores. A política estava ao rubro. O Partido Republicano tentava representar um determinado sector político. Procuravam catalogar-se uns aos outros. Havia os “catões”, por analogia clássica com a antiga personagem do Senado romano, Catão, o Censor. Nem todos estavam no Partido Republicano. O Grão-Mestre José Dias Ferreira era considerado “Catão”, bem como o Augusto Fuschini, o progressista Eduardo de Abreu ou Manuel de Arriaga, o representante do Partido Republicano.    


***                     

GRANDE LOJA DE PORTUGAL é o nome dado pelos maçons e profanos à Grande Loja Antigos Livres Aceites Maçons Portugal.  Que é «recriada ou serve de inspiração» em 1996, após uma grave cisão de maçonaria Regular em Portugal. Mais tarde, Lojas e Maçons resolvem solicitar uma Associação profana e passam a chamar-se Grande Loja Nacional Portuguesa. Em memórias desses tempos usam a associação maçónica e profana, sendo Grande Loja Antigos Livres Aceites Maçons Portugal - Grande Loja Nacional Portuguesa. O nome oficial e público é de Grande Loja Nacional Portuguesa, que defendem e usam formalmente.

***

A HISTÓRIA: - A Grande Loja de Portugal era uma Obediência maçónica portuguesa, constituída em Portugal em 1882. Nos seus primeiros anos também foi conhecida como GRANDE LOJA ANTIGOS MAÇONS LIVRES E ACEITES de PORTUGAL.

A Grande Loja teve a sua primeira sede em Lisboa, no Largo do Poço do Borratém, nº 33, 1º. Editou o Boletim Official, bem como o Jornal O Malhete. A sua primeira Constituição foi datada de 07 de Setembro de 1882. Mas os estudiosos não devem confundir esta Obediência da maçonaria tradicional, com uma Obediência com o mesmo nome, efémera, que foi constituída em Lisboa, em 1893 ou 1894, que teve a sua sede na Rua 24 de Julho, n. 536.

Foi eleito como seu I Grão-Mestre o  José Dias Ferreira.

Maugrado a vida política, conseguiu manter o espírito da sua estrutura e a unidade da maçonaria de tradição durante alguns anos.

Todavia a vida política, social e maçónica faziam tremer a vida da Grande Loja. Em França, o sistema bancário leonês entrou em crise, arrastando consigo uma série de falências. A crise económica que levou a um rápido incremento das políticas de grandes obras públicas, levou a Grã-Bretanha a um período de depressão até 1886-1887.

***

No final da década de 1950 o regime deixa de correr de feição. Em 1957 a ONU faz vagas condenações da política colonial portuguesa. Em 1958 há uma grande movimentação popular a favor do General Humberto Delgado, acompanhada pela oposição e o exílio do bispo do Porto. Em 1959 a “conspiração da Sé”, uma primeira revolta de militares. O regime deixa de ser o “Estado Novo “, e rapidamente, transforma-se num “Estado Velho”. Constata-se que quanto mais a oposição se manifesta, mais o regime se crispa e endurece. A Maçonaria volta a não sobreviver neste ambiente hostil. 

A Guerra Colonial, que o governo não a legitima a não ser como uma “acção de policiamento”. O regime controla, cada vez mais, todos os movimentos, para além da nitidez da própria imagem em geral e do cinema em particular. A censura admite afloramentos condicionados. Mas em situação alguma a Maçonaria se reúne e se movimenta.

Os mal-amados libertam-se da ditadura, a mais penosa que os 50 anos do fascismo trazem ao século XX a Portugal. Muitos destes mal-amados estiveram na rua, a 25 de Abril de 1974.


Na final da  década de 90 (1996).

Por razões históricas, económicas, políticas e maçónicas as organizações portuguesas são uma espécie de tabu razoavelmente carregado de segredos. Às vezes é por todos estes factos, simultaneamente, que ocorrem os movimentos maçónicos. Os sinais são claros. Pelas divisões e pela imaginação se procura retratar o país e a própria maçonaria. Foi seguramente por estas razões que as divisões maçónicas se fazem. As “guerras” entre maçons servem as batalhas, das vitórias às derrotas, mas tratando-se sempre, no fundo, da mesma guerra, dos mesmos Obreiros, da mesma angústia, da mesma perda, do mesmo regresso, da mesma história, do mesmo país, do mesmo destino.

Em 1996 há uma forte cisão na Maçonaria Regular. Desenvolvem-se "três grupos", ficando assim estruturados: um "grupo" fica afecto ao Past Grão-Mestre Fernando Teixeira e projectam-se na Grande Loja Regular de Portugal. Outro "grupo" de Lojas e maçons recriam a «Grande Loja Antigos Livres Aceites Maçons Portugal». Outro "grupo" ainda constituiu a Grande Loja Legal de Portugal| GLRP.



Em 1999 o cinema português apresenta-nos o filme “Inferno”, de Joaquim Oliveira. Em 2000 é apresentado em Portugal o filme Capitães de Abril, de Maria de Medeiros. São filmes realizados em Portugal, mas sem a mesma cinematografia. 

No ano 2000 a R.'.L.'. Luz do Norte e todos os seus Irmãos deixam a Grande Loja Regular de Portugal e juntam-se à «Grande Loja Antigos Livres Aceites Maçons Portugal». Por força desta «adesão» deu-se a constituição formal e maçónica da Grande Loja Nacional Portuguesa. O seu acto jurídico ocorreu a 9 de março de 2000.

No ano de 2009 um conjunto de maçons e Lojas abandonam oficialmente a Grande Loja Nacional Portuguesa e vão constituir a Grande Loja Unida de Portugal - Grande Loja Nacional Portuguesa. Não é uma cisão imposta, mas acolhida por todos os maçons numa ampla e grande Assembleia Geral, que debateu o tema de forma profunda e empenhada. Esta separação previa a separação para uma melhor coordenação dos ritos aprovados e em vigor.

A Grande Loja Antigos Livres Aceites Maçons Portugal (1882-1996) dedicava-se ao Rito Escocês Antigo e Aceite e a Grande Loja Unida de Portugal (2009) dedicava-se ao Rito Francês, Rito Escocês Rectificado e Rito Escocês (Escócia).




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